Essa é a história de Kiki Orona* uma mulher profundamente simples que acreditava pouco quem si e no seu potencial e que, através do coaching e da sua arte, descobre que ela é muito maior do que poderia imaginar ou sentir, ela descobre que é a soma das várias facetas de mulheres extraordinariamente incríveis, existentes no imaginário humano (e no seu próprio).
Há pouco mais de seis meses recebi em meu escritório uma cliente com a seguinte questão: “quero produzir mais, ganhar mais dinheiro e seguir sendo uma pessoa simples e tranquila, não quero perder minha essência e meu prazer”.
Começamos a trabalhar e logo de cara ela me conta uma história que viveu que revela seu máximo potencial e sua descrença em si mesma. Ela dava poder demais aos outros e abafava o seu melhor. Foi no terceiro encontro que juntas descobrimos um caminho incrível para trilhar, tratava-se da “Série Mulheres”.
Quando perguntei a minha cliente o que ela tinha de melhor para colocar a disposição do coaching ela rapidamente disse que era a sua arte e que durante o processo pintaria sua primeira série de quadros que seria intitulado “As Mulheres”.
Embarquei com ela nesta jornada e trilhamos caminhos inesperados. Foi uma viagem incrível pelo mundo das descobertas pessoais, das possibilidades e conquistas. E assim como numa banda de jazz, Kiki Orona. me mostrou o que iria tocar antes mesmo das primeiras notas e a relação de confiança se estabeleceu de maneira forte e produtiva. Isso me permitiu desafiá-la quando necessário para distender seu potencial.
E chegou a primeira mulher, seu nome é Amélia. Ela é descrita como “…uma mulher de verdade, não é submissa e tem dois olhos grandes para sempre olhar no fundo dos seus olhos. Boca grande, fala tudo o que deseja, mas quando se cala o silêncio é enorme. Nua como vim ao mundo, forte e pura como o amor.” Logo após ver a imagem de Amélia e ler o seu descritivo pensei: “como é interessante essa mulher, mas quantas coisas ela carrega consigo que eu desconheço…” e com esse grande presente pude começar minha investigação genuinamente curiosa, como uma criança que deseja conhecer mais e mais o novo que lhe é apresentado.
A segunda mulher chama-se Jurema, ela é a “guerreira de sabedoria das matas, vive livre e confiante. Quando veio para este mundo JUREMA jurou em ser feliz para os seus antepassados. Têm um seriume ( seriedade ) no rosto e uma desconfiança nata, e é mais forte que um pé de bacuri ( espécie de palmeira da região do pantanal )”.
A terceira mulher apareceu azul, de nome Celeste. “Muito segura de si é bem espiritualizada e conversa com os anjos. Quando Celeste nasceu sua mãe pensou em colocar o nome de Serena, pois sua mãe logo percebeu que sua filha veio ao mundo super serena. Celeste é azul porque veio do mundo celestial, ela é de uma alma celestial que levita sobre nossas cabeças, tem visão de águia. É segura de si porque acredita na pessoa que é, o céu está a seus pés. Vim de um mundo azul e tudo pode ficar azul nesta imensidão.
E foi aqui que realmente as coisas começaram a ficar “azul”. Esse foi o memento da virada de chave, onde Kiki Orona passou a confiar em si mesma de forma diferente e passou a conquistar o espaço desejado na vida.
A quarta mulher é a Severina. Ela extrapola seus limites!!! Descrita como “uma mulher simples com muitas palavras e um grande coração. De uma alma pura Severina sempre se virando no mundo, para ela não tem tempo ruim. Severina se vira tão bem que foi até para a China ver as muralhas”.
As barreiras existem e é necessário enxerga-las se quisermos transpô-las.
A quinta mulher é Geni. “Esta Geni é bem diferente daquela música do Chico Buarque, ela é bem integra das suas atitudes, tá sempre sorrindo e feliz, não me lembro de ver ela muito triste. Mas sempre admirei como ela é singela. O poema desta minha Geni é:
Joga pétalas na Geni!
Ela é feita para amar, ela é boa de curtir!
Felizarda GENI!
Ela ama qualquer um! Bendita GENI!”.
Com o passar do tempo minha curiosidade não diminuía, ao contrário e isso possibilitou a Kiki Orona. fazer as descobertas mais incríveis sobre si mesma, pois ao contar sobre suas mulheres falava de si e fazia conexões poderosas para sua aprendizagem e transformação. Sua dinâmica de vida, aos poucos foi mudando, assim como o retrato de suas mulheres.
A sexta mulher chegou muito diferente, inclusive em sua descrição.
“TEREZA DA PRAIA – Tereza começou a surgir neste mundo como a DEUSA VÊNUS, veio lindamente pelas correntes marítimas do mar mediterrâneo, Grécia antiga e parou no nosso nordeste. Assim chegou Tereza da praia sua alma foi feita com as espumas das ondas e o seu corpo foi esculpido com as areias da Bahia. Tereza da praia é uma mulher sedutora, amável, linda em todos os sentidos, fiel nas suas escolhas mais as vezes balança na integridade consigo mesma. No meu olhar ela é tão generosa, inteligente, ,cúmplice do nosso amor e de uma beleza estonteante que eu até esqueço que ela é minha musa inspiradora não só para as telas mas para várias coisas. Tereza chegou na minha vida desta forma arrebatou meu coração e me hipnotizou de amor, cuidados, admiração, companheirismo, orgulho, e tantos outros sentimentos que vai ficar pequeno para esta folha de papel”.
A sétima mulher veio Josefa. “Linda e rara como uma pérola negra e forte como uma árvore de aroeira. Josefa filha de africanos que vieram parar em Salvador, ela brincava na Lagoa do Abaeté. Josefa feliz de sorriso frouxo e brilho nos olhos, olhos negros como a noite mais no fundo destes olhos existe uma galáxia de estrelas brilhantes. A vida de Josefa foi cheia de aprendizados da alma e o crescimento do espírito e a alegria de SER e NÃO de estar. Porque o que vale para ela é SER.”
Estamos chegando ao final da nossas jornada e Josefa vem para nos mostrar que trilhamos bons caminhos.
A oitava e ultima mulher da série é a Maria de A a Z. Ela representa a soma e o resgate do melhor de todas as mulheres anteriores, só que agora ela se coloca no lugar de vida que sempre desejou. É possível se identificar com ela porque Maria representa a integridade, a sensibilidade, a maior conquista de todas, a conquista de si mesma.
Q.O. descreve Maria como sendo a “mãe de todos acolhedora de uma paz íntegra. Eu sou Maria da Graça, meu nome é perfeito para mim, vejo graça em tudo, a graça não está só em um sorriso mais sim na transformações das situações da vida. Quando digo que é Maria de A a Z digo porque é um nome que têm todo o abecedário e este é um dos motivo para eu me sentir completa e plena. MARIA , MARIA é um dom é uma força que nos alerta.”.
Ela chegou no seu pódio pessoal, ela subiu e comemorou sua jornada com orgulho e humildade, com sabedoria, suavidade e força.
E assim o coaching aconteceu, éramos Kiki Orona., eu e as oito mulheres que nos conduziram por trilhas de descobertas, ansiedades, alegrias, medos e florescimento.
Eu aprendi muito sobre mim mesma durante essa jornada. Coaching é troca, coaching é uma relação entre iguais, onde ambos ganham. Percebi que “As Mulheres” não estavam ali para serem analisadas ou julgadas, elas estavam ali apenas para serem contempladas e sentidas.
Sendo assim, afirmo que essa experiência deixa claro que o fio condutor do processo de transformação humana é o respeito ao outro, o respeito ao desejo do outro. O outro que você considera porque sem ele não é possível fazer nada, ele é o único e maior dono de si mesmo e do seu caminhar.
Hoje afirmo que “o estado da arte é ser capaz de entender a coisa como ela é e deixar fluir acreditando (tendo fé) nas máximas possibilidades das pessoas e digo, o amor pode assim ser traduzido.
Obras em ordem cronológica:
* Kiki Orona é o nome da grande figurinista e artista plástica que me deu a honra de ser minha coachee. A publicação do seu nome artístico foi um pedido que ela mesma me fez.
Por Carlla D’ Zanna Outubro/2014